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Os Sertões do Contestado

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Os Sertões do Contestado, nos atuais limites entre Paraná e Santa Catarina: seus primeiros habitantes foram os índios Kaingang e Xokleng que ali corriam livremente, pescando e caçando nos afluentes do Iguaçu e do Negro, por entre os verdes vales do Rio do Peixe e as escarpas azuladas do morro do Taió.

Só bem mais tarde é que vieram bandeirantes e predadores paulistas, com instruções precisas do preposto colonial do Marquês de Pombal – O Morgado de Mateus – pra impedir que bugres guaranis, padres jesuítas, irregulares gaúchos e o rebotalho da saldadesca castelhana fincassem pé na margem direita do rio Uruguai, ocupando os ricos campos nativos da Serra-Acima, onde se espalhava gado selvagem e bagualada xucra.

Assim, desde o início, estabeleceu-se naqueles ermos uma aguerrida frente principal, pastoril e paramilitar.

Com o tempo, o sistema de estratificação social tornou-se rígido. Ali,, nos carrascais, a presença da religião era quase nula – e a cruz não chegou a acompanhar de perto a marcha desbravadora da espada, do bocamarte e do chicote, como aconteceu no resto do país.

Na virada do século, acentuou-se a exploração da erva-mate, então exportada em grandes quantidades para o Prata, tornada a área cobiçada por negociantes vindos do norte.

Nesta ocasião, o governo republicano fez uma grande concessão à Southern Lumber Corporation – a maior serraria do mundo – outorgando-lhe quinze quilômetros de terras, campos e pinheirais para cada lado dos trilhos de uma longa e sinuosa ferrovia, que a South Brazil Railway e o Sindicato Farquhar se comprometiam a construir entre o Paraná e o Sul.

Foi então que milhares de caboclos que estavam ali fixados, perderam seus “teres e haveres” do dia para a noite, desalojados para sempre de suas raças miseráveis e de seus ranchos improvisados, criando-se um clima de tensão social.

Até mesmo os médicos e grandes proprietários foram atingidos pela brutal desapropriação. E muitos deles eram imigrantes gaúchos, afeitos às lutas e entreveros do Sul, com a cabeça feita pelas antigas façanhas dos farrapos, com antepassados egressos das campanhas militares fronteiriças.  

Livro A Sangrenta Guerra do Contestado – Jornalista Paulo Ramos Derengoski

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