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COLUNA PAULO RAMOS DEREGONSKI

O entrevero do Irani I

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Mas na região do horizonte, um desentendimento faz com que ela se divida em duas colunas: uma toma a direção de Palmas (visando guarnecer a cidade), a outra se embrenha (para sempre) nas veredas do Irani.

No dia 20 de outubro, João Gualberto manda um bilhete a José Maria, intimando-o a depor armas “sob pena de desencadear contra ele uma guerra de extermínio, a fim de fazer voltar a ordem e a lei àqueles sertões”.

Um chefe político da região, o “coronel” Domingos Soares – espécie de pai de pobres, com vastas amizades, compadrios e parentelas – é encarregado de entregar a mensagem. Nessa missão (talvez conciliatória), ele chega pessoalmente a José Maria, que lhes diz na cara:” – não reconhecer valor em bilhete escritos a lápis!”

Sempre tentando contemporizar, Domingos Soares volta a João Gualberto e aconselha a não atacar o acampamento do profeta sertanejo, mesmo porque “ali estava muita gente bem armada”.

Ainda assim o militar resolver avançar – e às três e trinta da madrugada  nevoenta de 22 de outubro de 1912, levanta a tropa.

Dentro dos padrões da guerra clássica, sua infantaria (cerca de sessenta homens do Regimento de Segurança do Paraná) vai na frente. O comboio de munições e uma metralhadora Krupp marcham no meio. Na retaguarda segue um pelotão de onze cavalarianos bem montados, com lanças. Mas o que ele não sabia num rio caudaloso de 200 sertanejos em armas. E mais: a metralhadora e parte das munições logo seriam inutilizadas pelas águas, no vau de um arrio.

Livro A Sangrenta Guerra do Contestado – Jornalista Paulo Ramos Derengoski

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