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Em relato emocionante, mãe de Bebê, esquecido dentro de carro, diz: “Minha mente simplesmente desligou”
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- Tanise e o pequeno Lorenço: uma tragédia FOTO ARQUIVO PESSOAL
Lorenço, de 1 ano e 7 meses, morreu depois de ficar 5 horas dentro de veículo
por Jornal Metas
Tanise Maes Kucarz, a mãe de Lorenço, de 1 ano e 7 meses, que foi esquecido dentro do carro por cerca de 5 horas na cidade de Canoinhas, no Norte do Estado, o que provocou a morte do bebê, fez um desabafo pelas redes sociais. Ela escreveu que o motivo da tragédia teve como causa um forte estresse que vem vivendo nos últimos meses. Tanise, que é psicóloga, afirma que tem frequentes perdas de memória, como esquecer o que estava falando ou onde deixou algum objeto. “Às vezes eu me machucava e nem percebia”, acrescenta a mãe, que está sendo vai responder por homicídio doloso, quando não há a intenção de matar.
No desabafo, ela ainda diz que é errado acreditar que desprender todas as energias ao filho é o que basta para ele ficar bem e seguro. “Eu acreditava nisso, mas não bastou”. Mais adiante, ela fala que cuidou com muito amor de Lorenço. “Cuidei dele com todo meu amor, carinho e dedicação. Achava que se ele estivesse bem, estava tudo bem. Não ficou, porque não cuidei de mim. Não me permiti descansar e pedir ajuda. Minha mente simplesmente desligou, como algo que entra em curto-circuito, como se caísse o disjuntor por excesso de carga”.
A morte de Lorenço aconteceu na tarde da última quarta-feira, dia 13. De acordo com o inquérito, o bebê permaneceu por cerca de 5 horas no interior do veículo com os vidros fechados, morrendo por asfixia. Quando retornou, a mãe tentou prestar socorro, mas Lorenço já chegou sem vida ao pronto-atendimento. À polícia, Tanise contou que pensou ter deixado o filho na creche, mas quando retornou percebeu que havia esquecido o filho dentro do veículo.
O relato completo de Tanise
Querida mamãe!
Querido papai!
Nestes dias de tanta dor gostaria de fazer um pedido a você:
Cuide de você! Permita-se descansar! Permita-se pedir ajuda!
Eu estava estressada. Estava me sentindo exausta. E passei a normalizar o estresse:
“ Hoje em dia todo mundo está estressado!”
“ A vida é corrida mesmo!”
“Quem tem criança pequena é uma loucura mesmo!”
Acreditava que eu tinha que ser forte. Sabia que estava cansada, mas…
“Eu não tenho tempo de descansar”
Pensava que era uma fase corrida da minha vida.
“Quando der eu descanso”
Mas esse dia nunca chegava. E o cansaço foi aumentando. Comecei a ter pequenos lapsos de memória. Esquecer o que tinha falado e falar de novo. Esquecer onde tinha deixado alguma coisa. As vezes me machucava e nem percebia. Só via depois que estava com um roxo ou um corte, mas não conseguia lembrar onde tinha feito isso. E continuava na correria do dia a dia porque …
“ Não tenho tempo pra isso!”
Nunca pude imaginar que meu cansaço levaria a isso, que chegaria a esse ponto.
Dediquei muito do meu tempo a cuidar do Lorenço e dos outros. Mas…
“Não tenho tempo de cuidar de mim”
“Não tenho tempo de descansar “
“Quando o Lorenço crescer eu descanso, mas agora não tenho tempo”
Cuidei dele com todo meu amor, carinho e dedicação. Achava que se ele estivesse bem estava tudo bem.
Não ficou tudo bem porque eu não cuidei de mim. Eu não me permiti descansar. Eu não pedi ajuda. E minha mente simplesmente desligou. Como algo que entra em curto-circuito. Como se caísse o disjuntor por excesso de carga.
Uma tragédia aconteceu!
Meu menininho partiu para o mundo espiritual.
Meu filho não volta mais. Será pra sempre meu anjinho de luz, como eu já chamava ele.
As vezes aparentamos estar bem, mas não estamos. Então é hora de falar com os outros e pedir ajuda.
Eu não posso voltar no tempo e mudar as coisas, mas o seu filho ainda está aí.
Não deixe que a situação chegue ao ponto que a minha chegou. Não deixe que aconteça o pior.
Cuide de você!
Permita-se descansar!
Permita-se pedir ajuda!
Não conseguimos cuidar dos outros se não estamos bem. Talvez você acredite que dedicar todas as suas energias a seu filho é o que basta para ele ficar bem e seguro. Eu acreditava nisso, mas não bastou.
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